Inova Amazônia seleciona projetos inovadores que desenvolvam soluções a partir da biodiversidade

Inova Amazônia seleciona projetos inovadores que desenvolvam soluções a partir da biodiversidade

Empresas inovadoras têm até o dia 5 de setembro para se inscreverem no programa. A proposta do Sebrae é fortalecer a economia da Amazônia a partir da valorização dos produtos e dos conhecimentos locais

Apoiar empreendedores e pesquisadores na criação ou desenvolvimento de pequenos negócios que atuem de forma sustentável e inovadora, com uso de insumos da biodiversidade da região Amazônica. Esse é o propósito do Programa Inova Amazônia, lançado pelo Sebrae durante a Campus Party 2021, e que está com inscrições abertas até o próximo dia 5 de setembro. As ações do Inova Amazônia – Edição Pará – contam com parcerias com o governo do estado paraense, do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá e apoio da União Europeia. As propostas podem ser feitas por pessoas físicas ou pessoas jurídicas, no caso micro e pequenas empresas que faturam anualmente até R$ 4,8 milhões.

“Esse é um programa de aceleração com uma temática bem específica: bieconomia”, comenta a analista de Inovação do Sebrae, Valéria Schneider. “O que nós queremos é atrair aqueles empresários, potenciais empreendedores ou ainda pesquisadores de qualquer parte do país que tenham uma ideia de negócio inovadora na temática da bioeconomia. Estamos falando de qualquer setor econômico que use de maneira sustentável, insumos, ativos naturais da biodiversidade da Amazônia e que faça a transformação desses insumos em um produto ou serviço de alto valor agregado, sem destruir a floresta”, acrescenta Valéria.

Nessa edição do Inova Amazônia, o Sebrae está recebendo propostas de qualquer parte do país e qualquer setor econômico da bieconomia como: alimentos e bebidas, fitoterápicos e nutracêuticos, construção, higiene, perfumaria e cosméticos, bioenergia, farmacêutico, farmoquímicos, novos materiais ainda setores relacionados com logística e tecnologia da informação aplicada à bioeconomia.

Os projetos selecionados passarão por um período de pré-aceleração online, com duração de dois meses, onde os empreendedores ou pesquisadores terão a possibilidade de montar seu projeto de empreendimento. A segunda fase é o momento da aceleração, com duração de seis meses. Nesse momento, os participantes receberão uma intensa programação de conteúdos, mentorias, eventos de conexão com o mercado e com investidores. Além disso, nessa fase de aceleração, haverá uma bolsa de apoio ao empreendedor no valor de R$ 36 mil para que ela ou ele possam se dedicar integralmente ao programa. Por fim, a terceira fase é o momento de apoio à internacionalização onde os participantes terão acesso a conteúdos e orientação sobre como expandir o negócio para mercados fora do país.

Segundo Valéria Schneider, os planos do Sebrae são de expandir o Inova Amazônia para outros estados dessa região. “A previsão é que tenhamos novos editais para a Região e, a partir do ano que vem, lancemos a mesma estratégia pra outros biomas: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal; sempre respeitando os ativos naturais da biodiversidade de cada bioma, fazendo com que esses recursos naturais sejam capazes de gerar riqueza, mas de uma maneira sustentável e prezando pela conservação dos biomas”, conclui.

Sustentabilidade

A empresa Ekilibre Amazônia é um exemplo do que um negócio pensado em bases sustentáveis pode fazer pelo meio ambiente e pela população nativa da região. Criada em 2011, por Kairós Kanavarro, a Ekilibre tem sede na cidade paraense de Alter do Chão. O empreendimento é voltado à fabricação artesanal de cosméticos e produtos de higiene pessoal, utilizando como matéria prima bioativos (ervas, raízes, frutas e frutos) utilizados há gerações pelas comunidades ribeirinhas e povos indígenas.

A empresa produz 28 diferentes itens voltados à higiene pessoal, cabelos, rosto e corpo; elaborados com produtos originais da Amazônia, zero sintéticos e livres de conservantes. Entre os mais procurados estão: serum facial de açaí, creme facial noturno, desodorante sem alumínio e pó dental de jambú.

O Empresário destaca que 80% das matérias-primas são adquiridas de cooperativas da bacia amazônica, comunidades ribeirinhas e indígenas. Onze agrupamentos distribuídos nos estados Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Acre estão inseridos na cadeia produtiva da empresa. Segundo Kairós, o negócio beneficia diretamente cerca de 40 famílias entre ribeirinhos, indígenas e assentados.

Maria José de Freitas, mãe e sócia de Kairós no empreendimento, conta que o papel do Sebrae foi muito importante na trajetória da empresa. Ela comenta que além do Sebraetec, eles fizeram diversos outros cursos do Sebrae e contaram com uma consultoria que está dando suporte para o próximo passo importante que a empresa deve dar: incrementar a concessão de franquias em todo o território nacional. Além disso, a Ekilibre já registrou pedidos de empresários que estão interessados em levar os produtos da marca a países como França, Estados Unidos, Austrália, Itália, Portugal e China.

Certificação

A Biozer da Amazônia é uma startup amazonense que também tem se destacado nacional e internacionalmente no segmento da bioeconomia. Especializada no desenvolvimento de produtos 100% naturais, veganos e de base florestal amazônica, a empresa aposta na sustentabilidade socioambiental. O empresário Danniel Pinheiro explica que uma das missões da empresa é mostrar a importância do extrativismo local. “As comunidades de caboclos e ribeirinhos que fornecem toda nossa matéria prima, são o elo entre a Floresta e a indústria. Nós temos uma ação muito forte junto a essas populações, com treinamento e melhoria dos insumos e entregamos aos nossos clientes um produto com rastreabilidade. Esse trabalho se reverte em benefício de aproximadamente 2 mil pessoas de comunidades tradicionais”, comenta Danniel.

O empresário destaca que a empresa se tornou uma referência no Amazonas graças às certificações obtidas. As duas plantas fabris da Biozer foram as primeiras do estado a ter o atestado de boas práticas de fabricação da Anvisa e hoje conta com certificações internacionais, como a Halal (para países islâmicos) e a certificação francesa, referência no mercado europeu. Os produtos da empresa já estão em países como Chile, Israel, Canadá, Austrália e EUA.

A Biozer desenvolve uma série de produtos voltados aos mercados de fitoterápicos, cosméticos e suplementos alimentares, desenvolvidos a partir do açaí, copaíba, guaraná, cupuaçu, óleos essenciais da Amazônia, entre outras matérias primas. Até o final de 2022, a empresa espera colocar oito novos produtos no mercado.

Fonte:  Sebrae  

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