Senado se mobiliza para reduzir desigualdade no ensino público, evidenciada na pandemia

Senado se mobiliza para reduzir desigualdade no ensino público, evidenciada na pandemia

No sentido horário, Flávio Arns, Zenaide Maia, Anamaria Corbo, Alípio Santos Neto e Helber Vieira em audiência que avaliou os impactos da pandemia na educação básica (foto: Reprodução/TV Senado)

A desigualdade do ensino público no Brasil ficou evidenciada ao longo dos quase dois anos da pandemia de covid-19 que afetou o mundo e interrompeu aulas presenciais devido à necessidade de isolamento social. Estudantes carentes, sem condições de acesso a computadores ou tablets, professores sem banda larga percorrendo longas distâncias em busca de sinal de internet e desmotivação generalizada estão entre os problemas que mais afetaram a educação no país.

Um quarto das escolas públicas não tem acesso à internet, conforme o Censo Escolar 2020. Mesmo nas instituições com conectividade, 70% dos professores em áreas urbanas têm dificuldade em usar a tecnologia devido à baixa velocidade da conexão, segundo a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras, de 2019, do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Levantamento feito pela Fundação Lemann com cerca de 27 mil escolas públicas brasileiras, usando dados do censo e um medidor de velocidade, o Simet, apontou que apenas 5.425 instituições de ensino dispõem de banda larga em velocidade adequada. Para chegar a essa conclusão, divulgada em agosto, os pesquisadores usaram o critério do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que define a velocidade de acordo com o tamanho da escola.

Com debates no Plenário e em comissões e a apresentação de diversas propostas legislativas, senadores se mobilizaram na busca de medidas para minimizar os prejuízos na formação dos 47,3 milhões de estudantes matriculados na educação básica, segundo números do Censo Escolar de janeiro de 2021.

Deficiências

Ao longo dos últimos dois anos, as Comissões de Educação (CE) e Senado do Futuro (CSF), a Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia e a Comissão Temporária da Covid-19 aprofundaram a discussão. Presidente da CSF, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse em entrevista à Agência Senado que a educação pública no Brasil já apresentava deficiências em “tempos normais”, sendo preocupante o agravamento do quadro durante a crise sanitária. Um exemplo apontado pelo parlamentar foi a dificuldade de acesso de muitos estudantes às tecnologias para aulas em caráter remoto, principalmente nas escolas de regiões mais empobrecidas do país. Izalci criticou a ausência de atuação efetiva do poder público na área e afirmou que “falta de investimento em educação mata uma geração inteira”.

— Já sabíamos que existia essa situação, mas a crise sanitária nos esclareceu que o problema é muito maior do que o imaginado. Em Brasília, capital da República, 30% dos alunos não tiveram acesso, durante dois anos, a qualquer instrumento tecnológico. Nossa escola deixou de ser atrativa e isso está acabando com sonhos dos jovens. Não se faz educação de qualidade sem um mínimo de estrutura e orçamento. Precisamos deixar o discurso e promover de fato a eficiência: Investir em ciência, em laboratórios e prestigiar e valorizar os professores e diretores de escolas, que são heróis — disse Izalci.

Fonte: Agência Senado   Foto:   Divulgação

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