Frutas exóticas são cultivadas em Vilhena

Frutas exóticas são cultivadas em Vilhena

Duas espécies raras de maracujá, o cruá e o gigante, são produzidos na cidade

Dificilmente encontrados à venda no comércio rondoniense, duas qualidades raras de maracujá estão ganhando espaço em pequenas áreas urbanas de Vilhena, o cruá e o gigante.

Com polpas densas e espessas, além de um sabor adocicado que agrada ao paladar, os dois produtos são muito apreciados em sucos, doces, bolos e refogados.  Os dois tipos também podem ser consumidos in natura.

Apesar das atrativas características culinárias, os frutos ainda são pouco conhecidos. Que o diga, o aposentado Pedro Dal Cortivo. Ele, que é um dos produtores vilhenenses, ganhou sementes da espécie gigante de um amigo que mora na cidade de Cacoal.  Por se tratar de uma trepadeira, ele as plantou na cerca de alambrado de sua casa, na parte que faz divisa com a rua Primeiro de Maio. O homem conta que muitas pessoas ficam curiosas a respeito do fruto, sendo que algumas chegam a roubar o maracujá ainda novo para colheita por acharem que eles já atingiram o tamanho ideal. “É uma judiação porque ao desconhecer o maracujá gigante, muitos não sabem o que fazer com o produto verde que não maduram e acabam estragando”, lamenta.

Dal Cortivo manda um recado para os “ladrões” de sua plantação. “Esperem a fruta atingir em média três quilos. Assim, é só embrulhar em papel que quando a casca ficar amarela ele estará maduro. Se não conseguir esperar, pode levar os pequenos e verdes, mas aí tem que fazer refogado igual se faz abobrinha e chuchu. Pode-se, ainda, fazer molho ou creme para comer, preferencialmente, com carnes”, orienta.

O maracujá gigante possui semente com sabor idêntico ao maracujá doce e sua poupa assemelha-se ao melão, mas o cheiro não é predominante. Outra diferença está na casca que, por ser por ser mole e macia, também pode se ingerida, de preferência, junto com a polpa.

Gigante – O maracujá gigante, também é conhecido como granadilho gigante, barbadina, granadina, tumbo gigante ou badea, sendo o maior fruto de qualquer espécie do gênero Passiflora no mundo. A planta é da categoria alpinista e perene por produzir em qualquer época do ano apesar da floração geralmente ocorrer no verão. O pé dessa trepadeira tem crescimento vigoroso e continuo; com folhas lobadas e verdes, podendo ser arredondadas ou partidas e com gavinhas (órgãos de sustentação. As flores são grandes, vistosas, de diversas cores e o principal polinizador natural do maracujá é a abelha mamangava. A maioria das espécies não é tolerante ao frio e às geadas por isso sua adaptação ao solo rondoniense é garantida. Apesar de exigir poucos cuidados para produzir, as ramas podem perder a beleza e a saúde com o tempo, necessitando do replantio. Sua reprodução é feita por estacas e, principalmente, sementes.

 NOVIDADE

Outra novidade que atrai a atenção dos vilhenenses é o maracujá cruá que, por ter cheiro e sabor muito semelhante ao melão, também é popularmente conhecido pelos nomes de melão cheiroso, caboclo, caipira ou mortadela, além de maracujá de cheiro

Esta espécie vem sendo cultivada pelo pecuarista Vitório Abrão. Ele ganhou sementes de sua irmã, que ganhou o fruto de um amigo que mora em Vilhena. As duas espécies tem muito em comum, além de seu tamanho, forma de consumo e coloração quando está maduro. Vale destacar que algumas qualidades do cruá ficam com a casca num tom de roxo escuro, mas em ambas as cores o maracujá só está maduro e deve ser colhido quando exala um forte cheiro de melão ou se solta dos ramos.

Vitório Abrão explica que na culinária, o cruá pode ser usado da mesma forma que o gigante. No entanto, ele tem outra forma de uso que é um pouco peculiar. Ou seja, o aroma serve para espantar insetos e perfumar ambientes. Este processo pode ser feito pela utilização do chá proveniente da cocção do fruto.

Abrão fala ainda de outras utilidades do cruá. “A maior diferença com o gigante é que a casca do cruá é bem dura, porém descartável, e as sementes são mais utilizadas para plantio de novas mudas. Do cruá, pouco se perde porque até a casca descartada na cozinha, quando seca, pode ser usada para acender fogo. A semente não é comestível, mas a polpa que fica nas entranhas dela é saborosa em sucos e batidas para coquetéis. A polpa mais densa que fica colada na casca pode substituir qualquer fruto em receitas de sorvete e picolé”, destaca o pecuarista.

Cruá – A espécie do maracujá cruá é uma trepadeira semi-perene, muito vigorosa e pesada, com galhos que atingem até 15 metros de comprimento e prefere clima tropical. O fruto é rico em cálcio, caroteno, fósforo, fibras, niacina, tiamina e vitamina C, além de apresentar propriedades antioxidante, vermífuga e digestiva. Muitas vezes o Cruá é usado na medicina popular, para eliminação de vermes, na melhora de incômodos intestinais e ajudar no fortalecimento do sistema imunológico.

Uma das melhores características do maracujá cruá é sua durabilidade após a colheita, porque as frutas maduras conservam-se por até 2 meses em temperatura ambiente seco e arejado.

 

Texto/Foto: Ladilane Gabriel

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