Profissionais da Idaron realizam triagem e classificação física de amostras de café no 6º Concafé

Profissionais da Idaron realizam triagem e classificação física de amostras de café no 6º Concafé

Cinco classificadores da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron) analisaram cerca de 240 amostras de café, na etapa de triagem e classificação física do 6º Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé), o maior concurso de café Robustas (Coffea canephora) do Brasil. A atividade foi realizada de 30 de agosto a 3 de setembro, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifro), em Cacoal/RO.

“Nessa primeira etapa do concurso, os profissionais da Idaron fizeram a recepção dos grãos inscritos na competição, a triagem, codificação individual e a pesagem de amostras para análises físicas. Na avaliação, é considerado o tamanho do grão do café, de acordo com a granulometria da peneira, e é aferido o teor de umidade das amostras dos grãos”, explicou Rachel Barbosa da Silva, representante da Idaron na coordenação do Concafé.

Após a triagem é feita classificação por tipo. O objetivo é avaliar os aspectos do café beneficiado em grão, a partir da quantificação de seus defeitos extrínsecos e intrínsecos, contabilizados de acordo com sua gravidade. Essa análise estabelece o tipo do café, que pode enquadrar-se até, no máximo, o tipo 6, que apresenta até 86 defeitos. “Ou seja, a principal finalidade da classificação física do café é determinar a qualidade conforme regulamento do concurso”, salienta Rachel Barbosa.

A equipe de classificadores foi recepcionada pelo supervisor da regional de Pimenta Bueno, Alan Gardel, e também recebeu atenção do representante do governo na secretaria regional de Cacoal, José Moura, que acompanhou de perto o trabalho dos servidores da Idaron.

CONCAFÉ

O Concafé é organizado pelo Governo de Rondônia, em conjunto com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). O objetivo é identificar, premiar e promover os cafés robustas de qualidade que são produzidos com sustentabilidade, no estado. Nessa 6ª edição os produtores concorrerão a R$ 346,8 mil em prêmios.

A fase de inscrição foi isenta de taxas ou qualquer ônus para o participante e foi realizada apenas nos escritórios locais da Emater-RO, no período de 31 de maio até 31 de agosto de 2021. Como contra partida, o produtor manterá disponível em sua propriedade ou armazém um lote contendo no mínimo cinco sacas de 60 quilos de café pilado, homogêneo e equivalente à amostra inscrita neste concurso.

Todas as amostras inscritas no concurso foram codificadas, com a finalidade de manter em sigilo as informações de origem e nome dos produtores inscritos.

Após a codificação, as amostras foram encaminhadas à equipe de classificação física, realizada por profissionais com experiência, seguindo a metodologia da Classificação Oficial Brasileira – COB, conforme Instrução Normativa Nº 8, de 11 de junho de 2003 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA.

A solenidade de premiação do melhor café está prevista para o dia 22 de outubro, na cidade de Cacoal, no espaço Beira Rio. Participam do concurso os cafeicultores que produziram lotes de café robusta (Coffea canephora) em Rondônia, na safra de 2020/2021.

PRIMEIRA ETAPA

Segundo Jean Ramos dos Santos, coordenador do programa de classificação de grãos da Idaron, o trabalho realizado pelos classificadores de café definiu quais as amostras seguem no concurso. As amostras que não conseguiram a pontuação necessária, não serão avaliadas na prova da xícara.

“Nesta fase, também observa-se o teor de umidade das amostras que deverá estar entre 11 e 13% como fator desclassificante. A classificação física é feita de forma cuidadosa, com a verificação da amostra para detectar a possível presença de insetos vivos e para ver se o café beneficiado, grão cru, apresenta características desclassificantes”, informou.

Em seguida a amostra é homogeneizada e destinada à classificação, onde é reduzida até a obtenção da amostra de trabalho, 300 gramas, que é pesada em balança digital previamente aferida. Também é verificado o aspecto do produto, identificando a característica de seca e a classe do produto. É feita ainda a separação das matérias estranhas e impurezas presentes na amostra. Isentos de matérias estranhas e impurezas, os grãos são separados pelos defeitos e suas particularidades. A soma dos pontos, ao final, determina-se o tipo de café.

“Diversos fatores podem causar defeitos ao grão de café, estes defeitos podem ser oriundos da sua produção, processamento, armazenamento, ação de microrganismos, ação de pragas, alterações fisiológicas e genéticas, que interferem diretamente no tipo do café e consequentemente na sua precificação”, acentua Rachel Barbosa. Entre os defeitos, destacam-se: grão preto, grão ardido, grão verde, quebrado, mal granado, concha e grão brocado.

GRÃO PRETO

  • Defeito: grão de coloração preto opaca.
  • Causas: colheita atrasada, grãos secos no solo ou na planta por um longo tempo e pela ocorrência de fermentações prolongadas.
  • Equivalência do defeito: 1 grão preto = 1 defeito.

ARDIDO

  • Defeito: coloração marrom em diversos tons.
  • Causa: ação de processos fermentativos. Frutos caídos no chão da lavoura e camadas espessas com pouco revolvimento no terreiro são condições que favorecem a ocorrência de fermentação e podem resultar em grãos ardidos.
  • Equivalência do defeito: 2 ardidos = 1 defeito.

GRÃO VERDE

  • Defeito: coloração verde cana e película prateada aderida.
  • Causa: ocorre devido a colheita de grãos ainda imaturos, resultante de ponto de maturação desuniforme.
  • Equivalência do defeito: 5 grãos vedes = 1 defeito.

QUEBRADO

  • Defeito: grão com menos de dois terços do seu tamanho.
  • Causa: seca inadequada do grão e má regulagem de maquinas de benefício. Uma vez que, grãos com umidade muito baixa, estão mais suscetíveis a quebra.
  • Equivalência do defeito: 5 grãos quebrados = 1 defeito.

CHOCHOS OU MAL GRANADOS

  • Defeito: formação incompleta.
  • Causa: deficiência nutricional, hídrica, fatores genéticos e fisiológicos.
  • Equivalência do defeito: 5 grãos chochos = 1 defeito.

CONCHA

  • Defeito: formato de concha.
  • Causa:uas sementes nascem entrelaçadas e quando soltas formam a concha e o miolo de concha devido a fatores genéticos.
  • Equivalência: 3 grãos concha = 1 defeito.

GRÃO BROCADO

  • Defeito: danificado pela ação da broca-do-cafeeiro causando orifícios que podem servir como porta de entrada para fungos.
  • Causa: ação da broca-do-cafeeiro no campo ou no armazém.
  • Equivalência do defeito: 2 a 5 grãos brocados = 1 defeito.

Fonte:/Foto: Idaron

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