Marginais furtam violão de túmulo em Vilhena

Marginais furtam violão de túmulo em Vilhena

O instrumento foi levado do cemitério nesta semana e familiares do morto ainda não sabem do ocorrido

Por Maria R. Gabriela

O vidro quebrado da porta da capela de um túmulo, no Cemitério São Luiz, em Vilhena, expõe uma triste realidade: a ação de ladrões no local. E não é de hoje que isso acontece.

Há cerca de quatro anos, por exemplo, exatamente no Dia dos Pais, um rapaz levou um par de chuteira novo como forma de homenagear o pai falecido, que tinha sido jogador do VEC.

O jovem colocou os calçados dentro da capela no jazigo, mas, em apenas alguns dias, o presente foi furtado. A história foi contada por um tio do rapaz, que preferiu não se identificar. “Falta mais fiscalização no cemitério”, denuncia ele.

Desta vez, no caso do instrumento musical, a família teria decidido colocá-lo no túmulo porque o falecido gostava muito de tocar o inseparável violão para os amigos. A informação foi passada por um conhecido do morto, que também preferiu o anonimato. “Esses bandidinhos andam sempre por aqui e podem vir tirar satisfação comigo. Por isso, não quero que meu nome apareça”, explicou.

Procurado por nossa reportagem, o administrador do cemitério, Pedro Rocha, esclareceu que, “infelizmente, não temos contato dos familiares para avisar sobre o fato. É preciso que alguém da família venha até o local para providenciar o conserto e registrar o caso às autoridades competentes, caso deseje”. Pedro é responsável pelo local há seis anos e garante que violações de túmulos, iguais estes dois exemplos, estão cada vez mais raras, porém, ainda acontecem.

“Orientamos as pessoas para que não deixem objetos de valor ou de significado sentimental no cemitério. É melhor guardarem em casa, protegidos”, alerta.

Ele informa, ainda, que o cemitério fica praticamente vazio no horário de almoço, mas que a partir das 18 horas um vigia cuida do lugar. “Porém, ele tem responsabilidade apenas quanto à área da administração”, observa.

Segundo Pedro, ampliar o número de vigilantes não faria muita diferença. “O que poderia ser feito é aumentar a altura do muro e colocar iluminação. Essas iniciativas poderiam inibir a invasão ao cemitério e, consequentemente, atos de vandalismo e furtos”.

O lugar onde o violão ficava agora está vazio e com cacos de vidro

 

Além do furto do instrumento musical, marginais deixaram para trás estragos na capela

ALUMÍNIO

Outro tipo de ocorrência registrado no lugar é o furto de placas de alumínio com a identificação dos mortos, geralmente, para venda em empresas de reciclagem. Um dos jazigos visitados pelos ladrões foi o da família Abrão, tradicional do município, onde está sepultada a matriarca Regina Abrão. Ela é mãe do produtor rural Vitório Abrão, primeiro prefeito eleito de Vilhena.

“No túmulo temos três familiares e tentaram retirar as placas de identificação delas. Não conseguiram porque fizemos uma colagem bem reforçada. O que digo às pessoas é que colem e, se possível, ainda parafusem as placas para não correrem risco de que as furtem. A situação do nosso cemitério, sem ter sequer uma iluminação, é vergonhosa”, disparou Vitório Abrão.

“VAMOS MELHORAR”

O prefeito Ronildo Macedo, que assumiu o cargo recentemente após o afastamento de Eduardo Japonês, afirmou que medidas serão tomadas para dar mais segurança ao cemitério municipal. “Vamos analisar o que poderemos fazer em relação a esse problema, pois essa é uma situação que se arrasta há muitos anos e não podemos deixar que continue desta forma”, anunciou.

Pedro Rocha: “Não deixem objetos de valor nos túmulos”

Fotos: Revista Século

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